Uma LUZ no Espectro [Artigo]
Tudo está Iluminado...
É comum dizerem que Autistas
não se interessam por religião. Talvez por falta de crença, e em alguns casos o
pensamento concreto pode ser um impedidor no entendimento ao relativo “Sagrado
ou Profano”. Eu mesmo fui doutrinado na Igreja Católica, passando por todos os
ritos possíveis: Batizado, Primeira Comunhão, Crisma e Casamento. Já disse,
também, que sempre questionei certos “ensinamentos do catolicismo” justamente
por ter o pensamento concreto e na minha adolescência muitos conceitos
religiosos iam de contra meus pensamentos. Era tanta proibição, tabus, ideias
de pecado etc., que fui me distanciando cada vez mais de religião, embora os santos e a suntuosidade da Igreja Católica me fascinem. Contudo,
tive uma breve passagem pelo Espiritismo. Em Pedro Leopoldo/MG o Espiritismo é
muito forte em função do meu conterrâneo celebre, o Médium Chico Xavier. No entanto,
a postura de certos “líderes” espíritas que atuam em Pedro Leopoldo me
afastaram da doutrina. Em suma, as ações deles eram a antítese do que o Chico
pregou e atuou, ele sim, foi uma pessoa extremamente caridosa e dedicou sua
vida aos menos favorecidos. Voltando à questão do Autismo ante a religião; é
muito mais comum do que se pode esperar a Sensitividade em pessoas com
TEA. Conheço inúmeros neuroatípicos extremamente sensitivos. O que é relativo aos sentidos e às sensações,
diferente de sensibilidade...
Cresci
ouvindo que eu era um “Menino muito Iluminado”, esse raciocínio começou com
minha Avó Paterna, Vó Maria. Cresci e ainda ouço isso de diversas pessoas, até
daqueles que nunca vi pessoalmente, isso oriundo de mensagens vindas pela
internet e em função do meu trabalho. Sempre fui extremamente sensitivo. Até além
da conta, segundo relatos da minha Mãe, mesmo na primeira infância eu surpreendia
com frases um tanto proféticas. Desde muito novo já ouvia falar sobre a Kabbalah
(Cabala em português e lê-se Cabalá), mas, somente em 2004 que comecei a
estuda-la, desde então a Kabbalah passou a ser um estudo contínuo. Sim, um
estudo. Ao contrário do que muitos pensam; a Kabbalah não é uma religião e sim uma corrente de estudo cuja tradição tem base
em uma estrutura chamada Árvore da Vida. E esse diagrama pode nos ajudar a
entender a relação entre DEUS, o Universo e a Humanidade, seja qual for a
religião ou crença do indivíduo. A palavra Kabbalah tem origem hebraica e significa
“receber”. O único requisito para estudar a Cabala é crer em um Poder Superior.
Esse é o segredo da Kabbalah: a liberdade de imaginar dentro do contexto
religioso.
Particularmente, a Kabbalah é para mim, a plena consciência da existência de DEUS e traduziu em palavras um mundo de pensamentos soltos que sempre carreguei em minha mente. É como se tudo o que eu acreditava começasse a fazer sentido, isso no campo lúdico espiritual. Todavia, a Kabbalah me direcionou para um caminho de realizações pessoais, tanto no campo emocional, espiritual e físico. A premissa de receber é igualmente importante quanto a de compartilhar. Todavia, aprendi a lidar melhor com o dinheiro por exemplo. Durante muito tempo me enxergava como uma "peça" tentando se encaixar na sociedade e nenhuma terapia foi capaz de melhorar minha baixa autoestima. Foi na KABBALAH que entendi que eu poderia ser CAPAZ de ser útil ao Universo. E isso para um jovem Autista foi transformador, uma revolução interna. E mesmo ante tantos impedimentos, consegui me tornar um Homem FORTE e Amoroso, embora, igualmente Valente! Um dos princípios básicos desses ensinamentos é o de que podemos ser o que quisermos e que seremos responsáveis pelas escolhas que fizermos. De certo modo a Kabbalah é muito mais descomplicada do que muitos estudiosos apontam. Minha ótica é necessariamente particular, mas, funciona na prática; minha Vida realmente melhorou e muito depois que passei a estudar a Kabbalah. Outro aspecto fundamental nos ensinamentos é a auto avaliação dos nossos pensamentos. Sim; você está onde seus pensamentos te levam. Daí, além da meditação – que no meu caso é bem complicado –, a avalição da qualidade do que estamos pensando/mentalizando é um fator determinante para nossa evolução física, mental/emocional e espiritual. Não quero fazer apologia religiosa, até porque como já ressaltei; a Kabbalah não é religião, mas, quero ressaltar que para termos uma evolução significativa aqui na Terra temos que necessariamente trabalhar questões internas que estão para além de crenças e/ou impedimentos intelectuais. É um exercício diário e não é fácil. Não mesmo!
Gosto de pensar que nós somos DEUS. Que somos Todos, UM SÓ! E que meu Pai se tornou uma LUZ Linda que está Iluminando todo o Universo. Embora eu carregue a LUZ dele dentro mim, gosto de pensar que ELE também ilumina outras pessoas. Isso é uma excelente benção!
Alguns dos meus livros e pulseiras da Kabbalah |
Quero comer algo salgado agora, comi muito doce hoje e nem fui malhar. Mas,
está tudo bem, meu corpo está perfeito. Muito melhor do que anos atrás.
Sempre fui testado pelo mundo. Sei que desapontei algumas pessoas – quase
sempre que inconscientemente –, e ainda vou desapontar alguns outros. Mas, quando
olho à minha volta e percebo que sou mais útil do que inútil neste mundo, que
faço muita gente Feliz e pessoas que eu nem conheço se sentem motivadas por mim
e pelo o que eu faço/represento, meu sentimento de existir faz todo sentido
para mim. Eu devo muito disso ao meu trabalho (a Arte). E o quão fui impedido
de exercer meu ofício por pessoas que não acreditavam em mim... Quando olho pra
trás (o que é um tanto raro), vejo que deixei um enorme rastro de poeira no
caminho daqueles que me subestimaram...
Ernane Alves
“Baale-há Kabbalah Kabbalah” (בעלי הקבלה)