Campanha "Autismo – Discriminação é Crime!" [Serviço de Utilidade Pública]

 

Hoje é o lançamento oficial da Campanha “Autismo – Discriminação é Crime!” e a iniciativa conta com parceiros como a Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio do Projeto Inclusão Verde Mundo, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB Minas Gerais, a CADDA – Comissão das Associações de Defesa dos Direitos dos Autistas de Minas Gerais e o Grupo Autismo Legal, de São Paulo. Idealizada e produzida pelo artista plástico e cineasta mineiro Ernane Alves, o projeto tem como objetivo  levar informação gratuita e acessível à sociedade brasileira sobre os direitos dos autistas e promover a neurodiversidade.

Com formato híbrido, a campanha terá ampla divulgação nas redes sociais e sites das instituições envolvidas e no já reconhecido blog Luz Azul, no qual artigos e campanhas fotográficas assinadas por Ernane Alves atualizam a população sobre o tema.

Além da versão virtual, o projeto terá uma versão física, onde cartazes impressos serão fixados em repartições públicas e privadas de Minas Gerais, ampliando ainda mais o plano de comunicação da ação, que terá visibilidade ante ao alcance de todas essas mídias.

No dia 18 de Junho, é comemorado o Dia do Orgulho Autista (Autistic Pride Day). A data foi criada pelo grupo Aspies for Freedom (organização norte-americana que luta pelos direitos civis dos autistas), celebrada pela primeira vez em 2005. De lá pra cá, muitas coisas mudaram: temos muito mais informações sobre autismo do que tínhamos, porém, o preconceito ainda é um problema.

“Sobre o autismo, a falta de informação ainda é uma lacuna imensa na sociedade” Ernane Alves, Artista Plástico, Cineasta e Autista

https://www.instagram.com/ernanealvesaut/

 

OAB Minas Gerais

A sociedade  não está preparada para pessoas neurodiversas. A visão estereotipada e deturpada da sociedade sobre o autista, por falta de políticas públicas de conscientização ao transtorno,  contribui, em muito, para a exclusão social em todas as esferas.

É necessário urgente que cada vez mais, o Estado venha a promover políticas públicas de conscientização do Transtorno Espectro Autista, para que a sociedade venha a se adaptar às necessidades daquele autista, que nem sempre serão iguais às de outro.

Mister salientar que com a discriminação, o acesso a  educação, cultura, empregos e afins, ficam cada vez mais distantes, mesmo, havendo uma lei específica que vem estabelecer regras visando  defender os portadores de deficiência de situações discriminatórias e abusivas.

A Comissão Estadual Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado de Minas Gerais, está sempre assessorando a sociedade no que se refere ao Direito dessas pessoas que tanto precisam. Fazemos isso por entender infelizmente que as pessoas com Transtorno Espectro Autista hoje estão sem uma legislação própria que venham a atendê-los suprindo todas as suas necessidades e sem incentivo do Poder Público. Notoriamente, com certa urgência, precisa-se de políticas públicas de conscientização ao Transtorno Espectro Autista, bem como o olhar diferente da Administração Pública.

Parabenizamos o artista plástico e cineasta Ernane Alves, pelo engajamento e por promover essa campanha de conscientização que a discriminação com o autista é crime e essa  discriminação, físico, individual, virtual ou coletivo, deve ser denunciada.

OAB Minas Gerais, Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo.

https://www.oabmg.org.br/

 

AUTISMO LEGAL – SÃO PAULO/SP

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que atinge 1 a cada 54 pessoas.

De acordo o § 2º do artigo 1º da Lei 12764/2012 Lei Berenice Piana diz:

A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.”

O artigo 4º da Lei 13.146/2015 Lei Brasileira de Inclusão diz:

“Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”

Sobre o que é discriminação, artigo 4º § 1º da Lei Brasileira de Inclusão:

“Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência…”

No artigo 88 da Lei 13.146/2015 Lei Brasileira de Inclusão determina as penalidades, entre outras:

“Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Muitas pessoas tem usado o autismo como sinônimo de timidez, isolamento, outros usam como xingamento, piada. É muito importante deixar claro que autismo não é timidez, não é isolamento, não é piada, não é xingamento. Autismo não é adjetivo e usá-lo como tal, é crime de discriminação!

Se de alguma forma, você for vítima de discriminação, você pode:

  • Denunciar no disque 100 do Governo Federal;
  • Denunciar por e-mail para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos

ouvidoria@mdh.gov.br

  • Denunciar através do app Direitos Humanos;
  • Denunciar para o Ministério Público local;
  • Registrar o Boletim de Ocorrência por discriminação.

Não se esqueça: DIREITO NÃO É FAVOR, EXERÇA!
Carla Bertin – Autismo Legal

https://www.autismolegal.com.br/

 

DEFENSORIA  PÚBLICA DE MINAS GERAIS

As pessoas com autismo historicamente constituem-se como parcela da população extremamente vulnerável devido à falta de acessibilidade e políticas públicas de inclusão, estando à margem e excluídas de programas ligados à educação, saúde, promoção de cultura, lazer, trabalho, etc.

Cotidianamente as pessoas com autismo e suas famílias enfrentam o descaso do poder público e privado em relação aos seus direitos. Torna-se necessário a elaboração de políticas públicas eficazes e a conscientização da população em geral acerca de todos os conceitos decorrentes da acessibilidade e inclusão.

Apesar do Brasil possuir um arcabouço legislativo robusto assegurando vários direitos às pessoas com deficiência, estes direitos não são implementados levando a descrédito todo sistema legislativo, executivo e de justiça aplicados a este grupo vulnerável.

O Projeto Inclusão Verde Mundo – Rede em Proteção busca a participação ativa da Defensoria Pública em dois eixos principais a educação em direitos e a criação∕estruturação e ação da Rede de Proteção da Pessoa com deficiência.

A educação em direitos é realizada por palestras, cursos, participações em audiências públicas, participação de entrevistas com intuito de conscientizar a população através da mídia televisiva, jornais e rádio, etc.

A criação, estruturação, implementação e condução da Rede de Proteção Permanente entre as Instituições do Sistema de Justiça e Instituições Públicas e Privadas atuantes nos direitos das pessoas com deficiência comporta o segundo eixo de atuação da prática. É um projeto de articulação de rede permanente. Através da estruturação da rede pretende-se realizar na prática os direitos das pessoas com deficiência no plano municipal, estadual e federal servindo de suporte, por meio da atuação extrajudicial, às diversas instituições representativas e assistidos com deficiência e suas famílias para a efetivação dos direitos, principalmente naquelas Comarcas mais carentes.

De acordo com o defensor público Luis Renato Braga Arêas Pinheiro (gestor do projeto Inclusão Verde Mundo – Rede em Proteção): “As pessoas com autismo, suas famílias e a sociedade em geral precisam de campanhas educativas para compreenderem e saberem acessar os direitos que permeiam o Espectro Autista. Por isso, A Defensoria Pública Mineira, através do Projeto Inclusão Verde Mundo – Rede em Proteção, apoia a campanha, tornando-se parceira nesta causa.”.

Para mais informações acesse o link:

https://defensoria.mg.def.br/index.php/programas/inclusao-verde-mundo-rede-em-protecao//

 

CADDA – Comissão das Associações de Defesa dos Direitos dos Autistas – MG

A CADDA MG é um coletivo de associações, famílias, entidades, autistas e profissionais diversos que se uniram em torno da causa das pessoas no TEA e seus familiares.

A criação ocorreu em junho de 2016, por meio de encontros na Coordenação das Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais.

O objetivo inicial foi aproximar a todos os envolvidos no Abril 2016 (mês de Conscientização sobre o Autismo) e fazer uma avaliação dos resultados dos eventos daquele ano.

A partir daí outras demandas surgiram, criando um espaço para dialogar, informar e planejar temas de inclusão social, direitos, saúde, educação e trabalho para autistas e seus familiares.

Hoje a CADDA atua em parceria com diversas associações de defesa dos direitos dos autistas em todo estado de Minas Gerais.

José Savietto – Membro da CADDA

https://www.instagram.com/teabh.mg/